Estado do RJ ultrapassa marca dos 70 mil mortos pela Covid-19

Desde a ocorrência do primeiro caso de contaminação pela Covid-19 no estado do Rio de Janeiro, já se passaram quase dois anos de altos e baixos nos índices de infecção pela doença, levando à óbitos mais de 70 mil pessoas.

Esta triste marca foi alcançada no último dia 3 de fevereiro deste ano, quando foram registrados, desde 19 de março de 2020, 70.026 vidas perdidas.

Ao longo deste período, o estado viveu 5 ondas da pandemia, com pico de óbitos no dia 24 de abril de 2021, quando foram registrados 365 óbitos em um único dia, momento ainda de início da campanha de vacinação no Brasil.

Estado viveu colapso nos hospitais

No início do ano passado, a taxa de ocupação de UTIs para covid o estado do Rio de Janeiro chegou a 99,8% na rede pública (SUS) da capital, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz, gerando um verdadeiro colapso com a falta de leitos de UTIs, filas para internação e aumento da procura na atenção primária. Para muitos especialistas e infectologistas, as medidas restritivas escolhidas pelas autoridades foram insuficientes.

Indícios de irregularidades nos hospitais de campanha

Ainda no ano de 2020, a polícia do Rio de Janeiro passou investigar suspeitas de irregularidades na contratação de empresas para a construção de hospitais de campanha para atender pacientes com Covid-19 no estado. O escândalo se arrastou por todo o governado Wilson Witzel – que virou alvo de uma investigação sobre corrupção em contratos de saúde durante a pandemia e, posteriormente, foi afastado do cargo – e levou à prisão de um ex-secretário de Saúde.

Avanço da vacinação deu alívio nas unidades de saúde

Com o avanço da vacinação, o estado do Rio de Janeiro registrou uma queda de 91% em relação às 4.146 vítimas que a doença fez no mesmo mês de 2021. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro atribuiu a redução da mortalidade provocada pela doença à campanha de vacinação. A redução do número de falecimentos ocorreu mesmo com o aumento de 181% no número de casos confirmados da doença, ocasionada, principalmente, pelo surgimento da variante Ômicron, o que reforça o efeito dos imunizantes. Em janeiro de 2021, o estado do Rio de Janeiro confirmou 86 mil casos de covid-19, número que saltou para 243 mil em janeiro de 2022. A taxa de ocupação de leitos de enfermaria e de UTI chegou a ficar abaixo de 50% no final do ano passado.

Ômicron também pode levar à morte

Em que pese a menor agressividade da Ômicron – atualmente com predominância de 95% dos casos no estado do RJ – a variante pode levar à morte mesmo para os pacientes imunizados com três doses das vacinas. Evidentemente que o número de óbitos daqueles completamente imunizados (ou até mesmo com uma dose) é bem menor se comparado às pessoas que, por algum motivo, não se vacinaram. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, por exemplo, “nove em cada dez pacientes internados por causa da Covid-19 na cidade do Rio de Janeiro em 2022 não completaram o esquema vacinal. Mais de um terço desses contaminados sequer tomaram a primeira dose”.

Estado vê número de óbitos aumentar novamente

Devido à alta transmissibilidade da variante Ômicron e um número relativamente alto de pessoas sem a imunização completa, os meses de janeiro e fevereiro deste ano apresentaram um significativo crescimento de hospitalizações e mortes pela Covid-19. Segundo recente balanço divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a semana epidemiológica de 09/01/22 a 15/01/22 registrou média de 49 mortes. Já a semana epidemiológica de 30/01/22 a 05/02, houve um salto para média de 357.

Imagem: reprodução Conass

RJ pode estar em tendência de queda de novos casos

É possível que o estado do Rio de Janeiro se encontre na fase de redução das contaminações pela variante Ômicron, já que começou a apresentar trajetória descendente de casos confirmados de coronavírus, depois de um período de alta transmissão. Para a professora Ethel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), pós-doutora em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins, “a Ômicron chegou antes no Rio. Muito provavelmente já atingiu o pico. Essa cepa demora entre 25 e 45 dias para alcançar o pico de contágio e mais ou menos isso para a curva cair”.

Na dúvida, aglomerações devem ser evitadas

Por conta do aumento e expansão da contaminação da variante Ômicrom, a prefeitura do Rio de Janeiro cancelou o carnaval de rua e modificou a data dos desfiles das escolas de samba, que agora serão realizados em abril. Já a Secretaria de Estado de Saúde, em notícia veiculada pela imprensa, pode reavaliar a suspensão do Carnaval:

“Com a expectativa de uma melhora no cenário epidemiológico da Covid-19 no mês de abril, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio de Janeiro não descarta a possibilidade de rever a proibição ao Carnaval de rua”, disse o secretário Alexandre Chieppe.

Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ

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