Quadros provocados pela Ômicron são mais leves, informa ainda diretor da Associação de Hospitais do Estado do Rio (Aherj)

No O Globo:
RIO — Em hospitais da rede privada do Estado do Rio, 90% das pessoas internadas por Covid-19 atualmente não estão com a vacinação em dia. A informação é do diretor da Associação de Hospitais do Estado do Rio (Aherj), Graccho Alvim. Em razão do avanço da variante Ômicron, os hospitais particulares, assim como os públicos, resolveram suspender as visitas a pacientes internados.
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Segundo Alvim, o número de internados em unidades particulares cresceu nas últimas semanas por causa da nova onda de casos, tal como aconteceu na rede pública. A situação, contudo, ainda não é de gargalo na assistência.
— As internações se aproximaram de zero em novembro, mas voltaram a subir agora em alguns hospitais. Mas isso ainda não tem impacto sobre o volume total de leitos da unidade. Ainda há uma estabilidade grande nas internações — afirma Alvim. — Se houver necessidade, temos capacidade de abrir muito mais leitos. Mas a demanda atual não chega perto do que já vimos em outras ondas.PUBLICIDADE
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Ainda de acordo com a Aherj, embora a Ômicron seja uma variante mais transmissível, ela tem provocado casos menos graves, mesmo entre pacientes que necessitam de internação.
— A evolução dos casos causados por essa cepa tende a ser muito mais benigna. Muitas vezes não requer nem o uso de antibióticos. Ela também não afeta os pulmões como as outras variantes — informa o diretor da associação.
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Segundo ele, assim como ocorre na rede pública, a maioria das internações é em leito clínico:
— Mesmo entre os pacientes de UTI estamos vendo um tempo muito menor de internação. Os leitos giram mais rápido. Nas outras ondas, por exemplo, víamos muitos eventos tromboembólicos, o que não tem acontecido agora. Com a Ômicron, às vezes vemos infecções pulmonares mais agudas que são tratadas com antibióticos e, em geral, a resposta é boa.
No entanto, o número de atendimentos diários nas emergências privadas do estado não para de crescer. O aumento foi de 250% desde novembro, quando nem a influenza nem a Ômicron tinham dado as caras ainda.
— Algumas unidades que antes faziam 150 atendimentos por dia agora fazem 500, 540 — diz Alvim.