Após saída de cubanos, médicos da atenção básica migram para o Mais Médicos
A alta adesão de médicos brasileiros que já atuam no SUS ao Programa Mais Médicos tem preocupado conselheiros de saúde: o movimento pode gerar desfalque na atenção básica. Levantamento do Conselho Nacional das Secretarias Municipais (Conasems) mostrou que 2.844 médicos migraram de um programa para outro. “Existem muitos municípios que perderam médicos de saúde da família para o Mais Médicos e isso é muito preocupante”, afirma Arilson da Silva Cardoso, representante do Conasems. De acordo com ele, a retirada dos cubanos potencializou outro problema existente: “antes da saída deles, tínhamos um déficit de 1.800 vagas, referente a médicos que já haviam deixado o programa”. O problema foi abordado na reunião da Comissão Intergestora Tripartite (CIT), realizada entre gestores das esferas municipais, estaduais e federal. Na ocasião, o presidente do Conasems, Mauro Junqueira, declarou que os dados foram colhidos após levantamento realizado com secretarias de todo o país. “A mudança do médico da atenção básica está dentro do escopo da legislação brasileira, não podemos privá-lo disso, nem impedir esse profissional de assumir as vagas que foram ofertadas”, explica o coordenador-geral de Regulação e Gestão da Provisão de Profissionais de Saúde do Ministério da Saúde, Paulo Ricardo Silva. “Estamos buscando dar uma resposta dentro do que é possível. A secretaria está totalmente empenhada, mas não temos controle sobre variáveis que estão dentro do aspecto técnico”, completa Paulo Ricardo. O plenário do CNS aprovou uma recomendação que delega à Câmara Técnica da Atenção Básica e à Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações do Trabalho (CIRHRT) o acompanhamento e monitoramento do tema junto à gestão federal. Também solicitou à nova gestão do CNS que acompanhe o assunto e fortaleça a equipe de saúde da família. //
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